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Tudo começou em uma sexta-feira à noite na Avenida Paulista…

 

Éramos cerca de seis pessoas, algumas cadeiras e dois cartazes com os dizeres: “Desabafe Aqui” e “Precisa Conversar?”. Coloquei uma cadeira de frente para mim e sentei ali, no degrau mesmo. Uma multidão passava para lá e para cá e ninguém parecia notar a nossa presença nas escadarias da famosa faculdade Cásper Libero. 

Uma sensação de vergonha e vulnerabilidade tomaram conta de mim e comecei a questionar a minha decisão em fazer parte daquilo, que soava como loucura desde o primeiro momento que fui desafiada a fazê-lo. Cinco, dez, quinze minutos, opa! Alguém sentou na cadeira do meu amigo! Ufa. No final das contas isso não vai ser um total desastre. Vinte minutos, pronto! Um casal universitários senta de frente para mim:

  • Oi!! Sobre o que querem conversar hoje? - Pergunto com um sorriso aliviado no rosto.

  • Ele acabou de me pedir em casamento e queríamos contar para alguém! - Respondeu a noiva com um sorriso de quem esperava por anos pelo acontecimento. 

Conversamos por alguns minutos, os parabenizei, perguntei os planos para o futuro e eles partiram. Com a cadeira ainda quente, sentou o Léo. Léo começou a me contar sobre a vida, que era fã da Demi Lovato, me mostrou clipes e me contou com lagrimas que era homossexual e que enfrentava a maior barra na familia dele. Eu não tinha muito o que falar a respeito, mas o ouvi, mostrei interesse na vida dele e o abracei. A conversa durou uns 30 minutos e ele me disse que se sentia mais leve. Leve. Tem melhor sensação? 

A verdade naquela noite é que ao invés de me sentir pesada ouvindo tantos “problemas”, eu me senti leve. Pelo resto das horas que passamos la, nossas cadeiras não ficaram vazias a tempo de esfriar. Era tanta gente querendo conversar, que tínhamos até sala de espera no nosso consultório sem profissionais e a céu aberto.

Fui para casa me sentindo leve, como eles diziam estar, por ter visto tantos sorrisos e ouvido tantos desabafos. 

Senti a necessidade de fazer mais, ter este projeto como estilo de vida e foi assim que surgiu o “Desabafares Anônimos”. 

Hoje somos uma comunidade de amigos secretos que estão aqui para te ouvir. Apenas eu tenho acesso ao blog, mas os voluntários me ajudam quando eles se identificam com a sua dor. 

Escreva a sua mensagem e sinta-se ouvido(a).

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