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Colete Salva Vidas?


Certa vez uma pessoa com seus 60 e tantos anos estava conversando comigo sobre sua juventude e como se divertiu, especificamente o quanto namorou! Ela até fechava os olhinhos e abria aquele sorriso quando lembrava as aventuras que viveu com cada namorado. Ao final da nossa conversa, que mais eram conselhos para mim, ela olhou nos meus olhos e disse: "Namore querida, namore muito! Namoro foi feito para terminar e namorar de novo! A vida é muito curta".

Fiquei pensando naquele conselho e tentando entender como ela era tão forte! A verdade que eu aprendi, é que a cada relacionamento que as pessoas terminam, fica uma cicatriz. Tenho amigas que têm tantas cicatrizes que elas tem medo de se jogar de novo e bater a cabeça no fundo de pessoas rasas. A gente começa se jogando de corpo e alma, mas depois de tantas decepções começamos a só entrar com o pé esquerdo com medo de molhar o corpo todo e a água estar gelada.

Recebi dois desabafos da mesma pessoa no intervalo de 7 meses. Postei o primeiro desabafo dela, que contava como ela estava cansada de se apaixonar e se machucar. Parecia algo que fazia parte do processo, de acordo com ela. Conversamos algumas vezes e meses depois ela me enviou outro email para contar como estava feliz no novo relacionamento! Parecia que finalmente tinha encontrado alguém que não tinha medo de nadar com ela. Foi como se ela tivesse entrado na piscina de bóia, mas sentiu que podia confiar no seu parceiro e tinha se livrado das proteções. Bom, esta semana ela me escreveu contando como mais uma vez ela se afogou.

Ela ainda acredita no amor, mas cada relacionamento que teve, ao invés de ensina-la nadar, só fez com que sentisse mais necessidade de usar colete salva-vidas, ou até mesmo manter distancia da água. As pessoas vão se traumatizando. No primeiro "eu te amo" que elas ouvem, o mundo para. Depois de tantos relacionamentos, essa frase não parece mais ter o sentido que seus pais te ensinaram que ela tem. As pessoas esquecem que amor não acaba de um dia para o outro. Quando voce fala "eu te amo" para alguém, você está falando: Confia em mim e se joga sem colete salva-vidas!

O que mais ouço das minhas amigas ultimamente é a inconformidade com que os namorados demonstram cuidado e carinho no início do namoro e depois simplesmente começam a tratar elas como se eles nunca tivessem as feito criar expectativas. Elas não entendem como pode ser tão fácil para eles seguir em frente e agir como se nada tivesse existido entre eles. Claro, namoro é para se conhecer, para terminar se não dar certo. Mas aprenda a entrar devagar no relacionamento. Ninguém pula de ponta em uma piscina que não conhece. Você analisa antes, vê a profundidade e só pula de ponta quando se sente seguro. Aprenda que com coração não se brinca, que a cicatriz não é visível mas fica lá para sempre. Aprenda a não fazer o seu parceiro tirar o colete salva-vidas se você não tem certeza se sabe nadar.

Aprenda a não prometer se não sabe se vai cumprir, aliás, ninguém vem com placa de "perigo" indicando que não é seguro ultrapassar.

Enquanto isso, a gente vai aprendendo a nadar.

Aeny Layce

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