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Quantos Anos Você Tinha Quando Foi Abusada?


Eu tinha nove anos e gostava de brincar de bonecas. Ele tinha 24 anos e gostava de brincar comigo...

Por mais que eu não queira, eu me lembro de tudo e com detalhes. Como a maioria dos casos, ele era da minha família. Ele é da minha família, de fato ele é meu cunhado.

Ele era aquele "amigão" que sempre levava a criançada para passear, e em um desses passeios eu passei mal e desmaiei.

Acordei meio perdida e sem entender o que a língua dele estava fazendo dentro da minha boca.

Ele me explicou que estava fazendo respiração boca a boca, salvando a minha vida.

Ele ainda se passou por herói...

Fiquei incomodada, sentia que algo não estava certo, mas passou.

Comecei a perceber ele mais detalhadamente.

O olhar dele era estranho.

Ele sempre dizia que amava crianças e de fato, ele se dava super bem com elas.

Estava sempre abraçando, beijando, fazendo carinho e mordendo nossa bunda.

Mas claro, tudo na "brincadeira", ele dizia.

Comecei a criar malicia e a me afastar. Seja lá o que aquilo fosse, não era na inocência.

Eu fugia da presença dele e ninguém da minha família enxergava isso!

Ele não parou, me abusou duas, três, quatro, até que eu parei de contar.

Quando fiz treze anos, criei coragem de falar. Resolvi acabar com aquele sofrimento e não sentir mais medo dele!

Fiz. Contei tudo.

Descobri que ele assistia minhas irmãs no banho e senti que tinha encontrado minhas álibis, seria mais fácil acreditarem em mim.

Mas elas negaram, Preferiram proteger a nossa outra irmã, que era a esposa dele.

Minha mãe não acreditou em mim.

Eu decidi me proteger sozinha e saí de casa. Fiquei conhecida como a adolescente rebelde que fala mal dos membros da própria família!

Consegui seguir em frente, me casei, tive filhos e resolvi me reaproximar dos que antes me afastaram.

Mas eu não consegui. Ele sempre está lá, com aquele mesmo olhar. Ele me assombra e me faz temer pelos meus filhos.

Contei tudo para a minha irmã, que se negou acreditar em mim.

E como em um flashback, tudo se repetiu. Mais uma vez eu estava lá para desestabilizar a estrutura daquela família de propaganda de margarina.

Desabafo com o sentimento de encontrar alguém que acredite em mim e que esta história alcance pais, para que eles sejam mais atenciosos aos sinais e a verdade. É muito difícil conseguir falar, vencer o medo e quando fazemos, o mundo precisa nos proteger!

Se você já passou por isso, saiba que não está sozinha (o).

Se você passa por isso: denúncie! Se a sua família não acreditar, vá nas autoridades, mas fale! Não se cale!

Da desabafadora, Lia.

DESABAFE COM A GENTE E INSPIRE OUTRAS PESSOAS! Envie sua história para: desabafadores@gmail.com


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